Autonomous System Number, ou em português Número de Sistema
Autônomo, são redes ou conjuntos de redes sob uma gestão comum. Ou
seja, são empresas que têm seus próprios prefixos de IP para
gerenciar e trocar tráfego a partir de uma política comum que define
regras de roteamento para a web.
Sendo assim, a Internet pode ser vista como um conjunto de Sistemas
Autônomos interconectados. Todos os dispositivos que estão
conectados à rede estão interligados, direta ou indiretamente.
Em resumo, o Sistema Autônomo tem autonomia para:
Adquirir o Trânsito IP (acesso à internet) de múltiplos
fornecedores de trânsito;
Enviar o tráfego (upload) para uma rota de sua preferência em
detrimento das demais disponíveis;
Receber o tráfego (download) preferencialmente por caminhos em
detrimento de outros;
Atribuir endereços IP a dispositivos conectados em sua rede na
forma que o convier.
Na conexão entre os AS, existem três posições diferentes a serem
ocupadas:
UPSTREAM: o Sistema Autônomo acima, o fornecedor de trânsito IP do
AS em questão;
DOWNSTREAM: o Sistema Autônomo abaixo, o cliente de trânsito IP do
AS em questão;
PEER: Sistema Autônomo parceiro para troca de tráfego entre seus
cones de Sistemas Autônomos.
Veja nas imagens a seguir os três tipos de conexões que um ASN pode
ter:
O AS C possui 1 upstream, 1 downstream e nenhum peer.
O AS A possui dois downstream, 1 peer e nenhum upstream.
Provedor que não tem ASN não é provedor
Para um provedor, dependendo do volume de dados que o serviço
hospeda e processa na internet, ser um ASN é muito importante, pois
o ISP tem mais liberdade com o que pode ser feito com os IP's. Por
exemplo, a organização que não possui é totalmente dependente de
operadoras de telecomunicações ou provedor de internet que já é um
Sistema Autônomo, o que significa que as empresas que não são ASN
têm pouco controle sobre as políticas de roteamento e não possuem
seus próprios endereços de IP, dependem de links ou IPs fornecidos
pelas operadoras. Sendo um ASN é possível alocar endereços de IP
válidos diretamente para os seus clientes. Isso, quando bem
explorado, pode ser utilizado em aplicações internas, além de
facilitar o processo de rastreabilidade de clientes. O resultado é
uma maior segurança tanto na conexão interna como na externa e
quando a empresa atua de modo independente, sem precisar de um
provedor externo, o processo de troca de provedor de acesso à
Internet passa a ser facilitado e mais ágil, pois não há mais
necessidade de mudanças de configuração interna.
Outro benefício de ter um ASN é o reconhecimento pelo próprio
mercado. É provável que os usuários não saibam a importância de ter
esse número, mas certamente sentirão os efeitos de uma internet mais
veloz e segura, já que um Sistema Autônomo permite a redundância na
conexão à Internet por meio do uso de dois ou mais provedores. Com
isso, aumenta-se a disponibilidade dos serviços prestados e
diminui-se as chances de que o negócio fique sem conexão. Com seu
próprio ASN, um Sistema Autônomo permite que outro acesse sua rede
de forma colaborativa, reduzindo os custos e melhorando a
performance de ambos. Além de ISPs e Telecoms, para outros perfis de
empresas, como bancos, universidades, seguradoras, produtoras de
conteúdo e portais de notícia, também é muito importante ser um ASN,
já que é crucial para identificar os sistemas e permitir as trocas
de informações e rotas entre eles.
Basicamente, existem 3 tipos de Sistemas Autônomos, divididos de
acordo com sua conectividade:
Sistema Autônomo Stub: é o mais simples, possuindo apenas uma
conexão com outro AS. Na maioria dos casos, esse sistema funciona
como um "subsistema", no caso de ligações privadas de instituições
financeiras, que demandam uma camada extra de segurança;
Sistema Autônomo Multihomed, multiconectado ou multicamadas:
mantém ligações com outros sistemas, mas também são usadas para
tráfego. Uma de suas principais vantagens é se manter conectado à
internet mesmo que ocorra um problema grave em um dos sistemas.
Sistema Autônomo de Trânsito: são mais usados por provedores de
internet, eles são conhecidos como "backbones". A espinha dorsal
da internet é o caminho principal pelos quais os dados passam.
O Sistema Autônomo pode ser um facilitador para que uma organização
mantenha suas operações e serviços sempre disponíveis. Alguns
segmentos, como bancos, hospitais e companhias aéreas, por exemplo,
não podem ficar suscetíveis a quedas de conexão ou indisponibilidade
de rede. No caso de uma instituição bancária, ela jamais poderá
ficar sem conexão, visto que boa parte das transações financeiras
dependem da Internet.
Isso significa que a indisponibilidade de rede é algo muito crítico
nesse setor, podendo comprometer a atividade fim da empresa. Diante
desse cenário, é fundamental garantir, por meio de Sistemas
Autônomos, que haverá disponibilidade de rede constante e segura
para a realização das funções. Isso porque, quando uma empresa se
torna um Sistema Autônomo, ela passa a ter uma infraestrutura de
rede mais robusta, e pode contar com mais de um fornecedor de
trânsito para garantir redundância em caso de indisponibilidade ou
intermitência de rede, como já mencionado antes.
Como obter um ASN?
Para a obtenção do ASN é preciso passar por um processo realizado
pelo Registro.br - órgão responsável por essa questão no Brasil -
que inclui informações de pré-requisitos para a implementação,
análise a aprovação do pedido.
É necessário que a organização cumpra alguns requisitos mínimos,
tais como:
ter uma estrutura com complexidade mínima de rede;
ter pelo menos duas conexões para acesso à Internet ou uma conexão
com a Internet e um link de transporte até um IX;
ter uma equipe técnica que seja capacitada para executar os
procedimentos relacionados com a criação, a implementação e a
operação da política de roteamento da sua empresa;
ter equipamentos que ofereçam suporte para a implementação do
protocolo BGP;recursos financeiros para dar aporte à mudança e
administração da nova estrutura.
A partir disso, o gestor responsável por esse processo precisa
seguir alguns passos, tais como:
preencher o formulário disponível no Registro.br ;
todos os recursos necessários devem ser requisitados por meio do
mesmo formulário, que deve deve ser encaminhado no corpo da
mensagem
e em formato texto para o e-mail responsável do Registro.br (
cidr-request@registro.br );
aguardar o período de análise, cujo prazo médio é de 2 semanas;
assim que ocorrer a aprovação, será enviado um e-mail que também
conterá o boleto bancário para a realização do procedimento;
a alocação é feita no dia seguinte após a confirmação de
pagamento.
A partir disso, é liberado o acesso para que o engenheiro de redes
consiga executar os procedimentos necessários para a implementação
do Sistema Autônomo.
Outro grande benefício de ser um ASN é que somente Sistemas
Autônomos podem participar de um IX (Internet Exchange), ou como
também é conhecido PTT (Ponto de Troca de Tráfego). Para saber mais
sobre este assunto, leia "O que são pontos de troca de tráfego?".
O que são Pontos de Troca de Tráfego?
PTT, Ponto de Troca de Tráfego , atualmente chamado de IX, Internet
Exchange, são hubs responsáveis pela conexão de redes e servidores
de diferentes ASNs que estejam presentes nestes pontos de troca de
tráfego. Os IXs são os pontos físicos onde os ISPs conseguem trocar
tráfego entre si, por exemplo.
Portanto, para estar presente e trocar tráfego em um IX é
necessário que as empresas sejam Sistemas Autônomos, ou seja, tenham
seus próprios prefixos de IP para gerenciar e trocar tráfego a
partir de uma política comum que define regras de roteamento para a
Internet. Essa solução é uma das melhores formas de crescer na
internet, de modo a otimizar o custo ao mesmo tempo em que a
eficiência na troca de tráfego aumenta.
Isso ocorre porque, a partir de um IX, qualquer novo participante
já é automaticamente assimilado à infraestrutura dos participantes
existentes (consolidados por route servers do ATM). Com isso, existe
um grande aumento na percepção de qualidade por parte dos usuários,
além de um maior controle da rede. Para quem quer distribuir
conteúdo pela internet, essa é uma das maiores vantagens de se
conectar ao IX.
Os Internet Exchanges , geralmente, abordam uma região específica,
como uma cidade ou estado. Porém, podem ser maiores, cobrindo um
país. Por exemplo, o ponto de troca de tráfego da cidade de São
Paulo tem mais de 1000 Sistemas Autônomos conectados. Então, quando
um novo ASN se conecta ao IX.BR-São Paulo, tem acesso imediato a
toda infraestrutura do mencionado PTT.
Por que os IXs são importantes?
Os PTTs ou IX são fundamentais para a
existência da internet como conhecemos hoje em dia, pois facilitam a
troca de tráfego ou transporte de uma rede para outra e fazem o
direcionamento do tráfego sempre por rotas que tenham um melhor
custo-benefício e da forma mais otimizada possível. Nessa relação,
os IXs permitem que provedores possam ordenar a sua própria
infraestrutura para negociar com parceiros a entrega de serviços via
IX com mais qualidade, performance, baixa latência e com cobertura
nacional.
Um IX é igual a um data center?
O IX pode se assemelhar a um
data center diante da sua importância para o funcionamento de
serviços de rede. Porém, as duas infraestruturas desempenham papéis
diferentes. Um data center, ou centro de processamento de dados
(CPD), nada mais é do que um ambiente voltado para o funcionamento
de um conjunto de servidores e sistemas computacionais de
telecomunicações e armazenamento de dados com fornecimento de
energia para instalação. Essas máquinas podem ser direcionadas para
serviços de cloud computing, hospedagem de páginas web ou mesmo a
execução de tarefas específicas que dependam de processamento de
dados.
Já o IX é um centro operacional voltado para transporte e troca de
tráfego entre redes e servidores de Sistemas Autônomos, ou seja,
empresas que tenham seus próprios prefixos de IP para gerenciar a
partir de uma política comum que define regras de roteamento para a
Internet, como explicamos anteriormente. Em alguns casos, o IX pode
até estar ligado a um data center (há infraestruturas privadas que
podem disponibilizar esse tipo de serviço), mas nem sempre é o
caso.
E quais são os IXs públicos existentes?
O Núcleo de Informação e
Coordenação do Ponto Br (Nic.br) é o responsável pela gestão de IXs
públicos em conjunto com o Comitê Gestor da Internet do Brasil
(CGI.br) em nosso país. Desse modo, quem trabalha com a prestação de
serviços de rede no país também pode obter acesso a uma alternativa
pública para conectar os seus clientes. O NIC.br opera em 35 pontos
no país, que são:
Aracaju (SP);
Belém (PA);
Belo Horizonte (MG);
Boa Vista (RR) em implantação;
Brasília (DF);
Campina Grande (PB);
Campinas (SP);
Campo Grande (MS);
Cascavel (PR);
Caxias do Sul (RS);
Cuiabá (MT);
Curitiba (PR);
Florianópolis (SC);
Fortaleza (CE);
Foz do Iguaçu (PR);
Goiânia (GO);
João Pessoa (PB);
Lajeado (RS);
Londrina (PR);
Maceió (AL);
Manaus (AM);
Maringá (PR);
Natal (RN);
Palmas (TO) em implantação;
Porto Alegre (RS);
Recife (PE);
Rio de Janeiro (RJ);
Salvador (BA);
Santa Maria (RS);
São Luís (MA);
São José dos Campos (SP);
São José do Rio Preto (SP);
São Paulo (SP);
Teresina (PI);
Vitória (ES).
Quais são as vantagens de se conectar a um IX, seja
público, seja privado?
Nos últimos anos, a estrutura dos IXs brasileiros passou por
mudanças. Nesse contexto, o projeto IX.br foi criado para promover a
interconexão entre provedores e auxiliar todas as empresas do ramo a
aprimorarem a qualidade dos serviços com menos burocracia,
favorecendo tanto quem entrega como quem consome os serviços dentro
do IX.
O projeto IX.br além de reduzir a burocracia, busca diminuir os
custos, ampliar a qualidade do tráfego, tornando a troca mais
econômica e simples para todos os envolvidos. Com isso, o aumento da
performance também é uma consequência, porque nesse novo cenário os
balanços de tráfego passam a ser resolvidos com melhor
custo-benefício.
O projeto também visa otimizar o controle de tráfego. Com a mudança,
o provedor pode escolher rotas que passem por um menor número de
redes antes de chegar ao destino final. Dessa maneira, a intenção é
gerar menos latência, perda de pacotes e gargalos na velocidade que
é repassada para o cliente do provedor e, consequentemente, ao
consumidor. Esses fatores são críticos para o uso de serviços web
populares, como os de streaming e jogos online, por exemplo.
Por fim, o projeto IX.br também busca auxiliar na expansão dos
serviços nacionais que dependem de internet. As empresas que fazem
parte de um Ponto de Troca de Tráfego regional podem se conectar às
redes de outros provedores nessa mesma localidade ou até a outras
que também estejam presentes em um IX, aumentando a capacidade de
prestar serviços e ampliar o acesso a rede de uma forma geral. Desse
modo, eles conseguem fornecer serviços mais atraentes sem que o
custo operacional aumente drasticamente, principalmente em cidades
pequenas.
Portanto, estar presente em Pontos de Troca de Tráfego, agora
chamados de Internet Exchange, é um diferencial interessante para
Sistemas Autônomos. Ao estar presente fisicamente em um desses
pontos é essencial avaliar as condições desse serviço em cada região
para ter o melhor custo-benefício com segurança. Dessa maneira, é
possível entregar sempre aos clientes e consumidores um serviço web
que seja funcional, eficiente, flexível, escalável e confiável.
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